O sinal indicando o término das aulas soou. Lavínia não queria perder um só minuto. Precisava terminar rolos de deveres, praticar vários feitiços, analisar vários mapas estrelares. Tudo parecia tão diferente e louco para ela!
Era o seu primeiro ano no Instituto Durmstrang, e apesar de já terem se passado dois meses desde que ela tinha chegado, ela não conseguia se acostumar com tudo aquilo. Era um tipo de responsabilidade que ela ainda não tinha aprendido a carregar. Mas tinha certeza que ia se adaptar. Mais cedo ou mais tarde ela ia se adaptar.
Saiu pelos corredores carregando vários livros da biblioteca nas mãos. O inverno castigava, mas não havia tempo para reparar no bloco de neve que tampava seu caminho até a República. Devagar, começou a atravessar a camada de gelo.
Ali perto ouviu a risada de vários garotos, mas preferiu não parar para olhar o que estariam fazendo. Apenas continuou. E teria sido indiferente a tudo, se uma gelada e grande bola de neve não tivesse a acertado nas costas e feito com que todos os livros que carregava nas mãos saltassem para o chão. Ela sentiu o sangue ferver. Virou irritada.
Dois garotos vinham correndo com dificuldade em sua direção.
LD: Vocês... Vocês! UGH! Será que não conseguem ter nem pontaria?!
- Desculpa. Não te vimos passar atrás desse nevoeiro todo.
- Você não sabe secá-los? É um feitiço simples, posso fazer... – o menino puxou a varinha e Lavínia achou aquilo demais. Riu.
LD: Obrigada. Eu sei fazer. E vocês já me atrasaram demais. Passar bem...
LD: Não. Tonturas já tive. Mas desmaios... É grave?
- Oh, não querida. Só acho que você não andou comendo no último dia. – a curandeira respondeu com gentileza. Era verdade. De fato ela não havia comido nada além de sapos de chocolate no último dia. Se sentiu uma idiota. – Já está liberada se quiser ir. Alimente-se direito da próxima vez. E a propósito, seus dois amigos estão esperando na sala de espera desde que te trouxeram...
LD: Vou sobreviver. Se mais nenhuma bola de neve me encontrar por aí, quem sabe eu sobreviva.
LD: Certo. Onde estão minhas coisas?
- Ali. – ele apontou para o canto onde sua mochila e os livros já secos haviam sido colocados. Ela os recolheu e se preparou para sair olhando para eles mais uma vez.
LD: Tentem ser mais certeiros na próxima.
- Hum. Bom, então desculpe mais uma vez o incômodo e a propósito, me chamo Ricard. – ele estendeu a mão para ela que ficou olhando da mão para o rosto dele indecisa. Resolveu apertá-la.
LD: Lavínia Durigan. – ela então reparou pela primeira vez com grande interesse no outro menino que continuava calado. – Ele é mudo?
A sala e tudo ao redor estavam em silêncio total. As únicas luzes visíveis eram a da lamparina em cima da mesa, e uma fraca que vinha do aquário. Victor passava a mão em meus cabelos lentamente. Eu estava deitada ao seu lado, a cabeça em cima do seu peito descoberto, e mantinha um olhar fixo no aquário. Sorri. Victor percebeu e abaixou a cabeça para me olhar.
LD: Estava me lembrando do dia que nos conhecemos.
LD: Nos conhecemos há quase 5 anos, Vi!
VN: E eu me apaixonei por você desde o momento que bati os olhos nos seus. – ele passou o polegar devagar pelos meus olhos, nariz, boca... Me deu outro beijo. – Eu te amo.
VN: Eu te amo, Lavínia.
Oh yeah, your skin and bones,
Turn into something beautiful,
Do you know?
You know I love you so,
You know I love you so.
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